quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Regresso às aulas

Ora hoje foi o regresso às aulas da malta pequena lá de casa. Escola nova, material novo, amigos novos, emoções novas : ).
Ontem estivémos a forrar cadernos. Este ano achei uma delícia. Quando chegou a lista de material e vi "cadernos SEM argolas", percebi de imediato que as opções não eram muitas. Optei por comprar o material sem os levar comigo e claro, comprei o belo do caderno de capa preta. Decidi imprimir uma série de coisas dos seus temas favoritos: Jack Sparrow, Capitão América, surf e skate. Mas confesso que ia a medo quando lhe propus personalizar os cadernos.
Para minha grande surpresa, acabou por ser um dos serões mais agradáveis. Deliraram. Era vê-los cortar, colar, refazer....adorei pôr a sua criatividade à prova e o resultado não podia ser melhor. Levam cadernos giríssimos e únicos e iam super orgulhosos com isso. No final, o resultado foi: "Oh mãe, agora podemos passar a fazer sempre assim?"
Já o arquivador não tinha muitas opções. E eles quando se puseram a pensar no caso, depressa decidiram que não daria para forrar por causa dos buracos para as argolas. Mas dado que tinham sido tão empenhados com os cadernos, esperei que fossem para a cama e decidi surpreendê-los. Andei a fazer cortes e colagens que apliquei nos ditos arquivadores. Hoje de manhã ficaram radiantes quando os viram.
São o máxmo estes meus pequenos.
E eu, babad, estou em pulgas para os ir buscar e saber todas as novidades : )

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A voz do silêncio

Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
“Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!”

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.


Autor desconhecido